domingo, 27 de julho de 2014

Sophia de Mello Breyner Andresen


Mar, metade da minha alma é feita de maresia
Pois é pela mesma inquietação e nostalgia,
Que há no vasto clamor da maré cheia,
Que nunca nenhum bem me satisfez.
E é porque as tuas ondas desfeitas pela areia
Mais fortes se levantam outra vez,
Que após cada queda caminho para a vida,
Por uma nova ilusão entontecida.


E se vou dizendo aos astros o meu mal
É porque também tu revoltado e teatral
Fazes soar a tua dor pelas alturas.
E se antes de tudo odeio e fujo
O que é impuro, profano e sujo,
É só porque as tuas ondas são puras.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Minha homenagem a Ariano Suassuna

Que eu não perca a vontade de ter grandes amigos, mesmo sabendo que, com as voltas do mundo, eles acabam indo embora de nossas vidas.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Cecília Vilas Boas


Dum tempo...

Vivemos na lonjura de sermos…
Certos, incertos, os dias em que nos perdemos
Olhamos as horas que não cessam
Num tempo que não existe
Na fidelidade de queremos ser
A tristeza de nada sermos.

sábado, 19 de julho de 2014

Minha homenagem a Rubem Alves

A alma é uma borboleta...
há um instante em que uma voz nos diz
que chegou o momento de uma grande metamorfose...

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Gi Stadnicki

Que nos aquietemos de nossas angústias e relaxemos das tantas ansiedades...
Que recuperemos o gosto por estar de bem com a vida, sem excessos destrutivos, sem escassez de esperança...
Que sintamos a presença de Deus em tudo ao redor, afirmando que não estamos sós, ensinando que basta crer...
Esclarecendo as dúvidas, rompendo as amarras sufocantes, enchendo de amor os cântaros vazios da alma.
Basta crer...

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Frederico Garcia Lorca


Hoje sinto no coração
um vago tremor de estrelas,
mas minha senda se perde
na alma de névoa.

A luz me quebra as asas
e a dor de minha tristeza
vai molhando as recordações
na fonte da ideia.

A neve da alma tem
copos de beijos e cenas
que se fundiram na sombra
ou na luz de quem as pensa.

Se a morte é a morte,
que será dos poetas
e das coisas adormecidas
que já ninguém delas se recorda?

terça-feira, 8 de julho de 2014

Divaldo Pereira Franco

Na vida, todos somos semeadores...
Uns semeiam flores e descobrem belezas, perfumes e frutos. Outros semeiam espinhos e se ferem nas suas pontas agudas. Ninguém vive sem semear, seja o bem, seja o mal...
Felizes são aqueles que, por onde passam, deixam sementes de amor, de bondade, de afeto...

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Naldo Velho


Ando tendo alguma dificuldade
em trocar de pele ultimamente.
Pele de casa, pelo do trabalho,
pele de andar pelas ruas,
pele de lidar com as pessoas que amo,
pele de lidar com os estranhos...
Diversos tipos de pele!
Umas, ásperas, cascudas;
outras, finas e delicadas:
suave convívio com a ternura.


Ando tendo alguma dificuldade
em trocar de pele ultimamente,
coisas da idade!
Acho que vou providenciar armaduras,
fica mais fácil tirar e botar !