terça-feira, 16 de março de 2010

A hora da partida (Sophia de Mello Breyner Adresen)


A hora da partida soa quando Escurecem o jardim e o vento passa, Estala o chão e as portas batem, quando A noite cada nó em si deslaça.
A hora da partida soa quando As árvores parecem inspiradas Como se tudo nelas germinasse. Soa quando no fundo dos espelhos Me é estranha e longínqua a minha face E de mim se desprende a minha vida.

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