Um dia eu ainda lhe conto como tudo silenciou e terminou dentro de mim.
Dizem (e eu acredito) que contando assim, aos poucos, a gente transforma vazios em encantos.
Dias em dias.
Janelas em portas.
Perguntas em respostas.
Não sei se é assim, nesta ordem.
Mas quando o propósito é bonito, a alma nunca prende o riso.
Quando silêncio é porque na verdade preciso de encontro. Conversar comigo por algum momento para restabelecer a paz que já foi minha melhor companhia. É nessa hora que me perco só pra me redescobrir. É quando avalio quais passos devo traçar, qual trilha seguir. É num deserto de mim mesmo que encontro água, numa fé absurda que me transforma e dá força para continuar. É com meus gritos que minha alma transborda e meu peito se abre.
Eu por mim mesmo e só.
Existem momentos na vida da gente, em que as palavras perdem o sentido ou parecem inúteis, e, por mais que a gente pense numa forma de empregá-las elas parecem não servir. Então a gente não diz, apenas sente.
A dor.
Essa que ninguém a sente,
Somente eu.
Essa que sempre me acompanha,
Ontem, hoje e a manhã.
Até a minha morte.