segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Inês Seibert



Se me jogarem pedras,
não devolverei flores.
Só as entrego
a quem faz laços de afeto comigo;
a quem não solta minha mão,
mesmo nos momentos
de dúvida e tempestade;
a quem me olha de frente e consegue
me enxergar até mesmo quando
nebulosidades insistem em turvar a visão.
Entrego as flores
aos que me ouvem só pela sintonia.
E as pedras?
Me defendo delas sendo quem sou:
leve, fluida, pacífica e protegida
pelo céu.

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