quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Amizade. (Maria José Fraqueza)

Se... tu não tens o dom da tolerância...
Não sabes perdoar a quem te ofende
Se... não sabes amar, nem à distância...
É algo que se sente e não se entende!

Se... tens no coração, em abundância...
Dá-se sem receber, jamais se aprende!
É tesouro que nasce em nossa infância...
É um elo tão forte que nos prende!

Partilha sentimentos com amor
Fluxo do coração libertador
Que não tem as fronteiras limitadas

Por isso d’amizade, mensageira...
Hei-de plantá-la sempre a vida inteira
Num canteiro de rosas perfumadas!


domingo, 23 de janeiro de 2011

Zíbia Gasparetto

Ninguém está sozinho.
A assistência espiritual existe
e tem prestado incontáveis
serviços às pessoas,
numa demonstração de
que a vida é amor e bondade,
mas jamais se prestará a
fazer por elas a parte que lhes cabe."

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Fundo do Mar. (Mia Couto)

Quero ver
o fundo do mar
esse lugar
de onde se desprendem as ondas
e se arrancam
os olhos aos corais
e onde a morte beija
o lívido rosto dos afogados

Quero ver
esse lugar
onde se não vê
para que
sem disfarce
a minha luz se revele
e nesse mundo
descubra a que mundo pertenço.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Desejos Vãos. (Florbela Espanca)

Eu queria ser o Mar de altivo porte
Que ri e canta a vastidão imensa!
Eu queria ser a pedra que não pensa,
A pedra do caminho rude e forte!

Eu queria ser o Sol, a luz imensa,
O bom do que é humilde e não tem sorte!
Eu queria ser a árvore tosca e densa
Que ri do mundo vão e até da morte!

Mas o Mar também chora de tristeza…
As árvores também, como quem reza,
Abrem, aos Céus, os braços, como um crente!

E o Sol altivo e forte, ao fim de um dia,
Tem lágrimas de sangue na agonia!
E as pedras… essas… pisa-as toda a gente! …


sábado, 15 de janeiro de 2011

Assim eu vejo a vida. (Cora Coralina)

A vida tem duas faces:
Positiva e negativa
O passado foi duro
mas deixou o seu legado
Saber viver é a grande sabedoria
Que eu possa dignificar
Minha condição de mulher,
Aceitar suas limitações
E me fazer pedra de segurança
dos valores que vão desmoronando.
Nasci em tempos rudes
Aceitei contradições
lutas e pedras
como lições de vida
e delas me sirvo
Aprendi a viver.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Uma Tragédia Climática. (Deise de Macedo)

A tristeza mais uma vez presente no Rio de Janeiro, a avalanche levou tudo que tinha pela frente pobres ou ricos todos foram levados sem destino pelo meio da lama.
Rogo a Deus o acalento para estas almas que perdidas ainda vagam pela longa travessia entre a vida terrena e espiritual, rogo também pelos familiares que sofrem por esta tragédia de tamanha proporção.
As mudanças do mundo estão chegando, precisamos nos unir em pensamento benéfico para sermos fortes para suportar o que há por vir. 



quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Alma Peregrina (Maria Valadas)

Minha alma peregrina 
em procura da colheita do bem 
adormeceu cansada 
esgotada 
deixando-me abandonada.
Não! – Serei uma resistente 
marcharei por outros caminhos 
com o sabre da guerra 
nas minhas veias… 
Um rio turbulento reage à dor. 
Um raio luminoso trespassa-me. 
Uma gotícula de esperança 
cai no meu regaço... 
tornando-se um caudal de fé. 
E eu! 
Serei a guerreira que resiste. 
Lutarei...
como as heroínas das grandes batalhas 
que povoavam os meus sonhos de menina. 
Uma gota de orvalho 
tomba sobre a palma da minha mão 
onde ergo com firmeza 
e clamarei com um rasgo de fé: 
Vencerei! 

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Um Soneto (José Blanc de Portugal)

A tarde, e por de mais calma,
Afogou-me o que ficara da partida
Tudo que inventara, essa mentira querida
Que ficara fazendo as vezes da alma.
Passa e segue a triste gente calada
E o correio e a luz quebrada no muro
Trazem a tarde, recortando duro
O perfil triste e morno desta minha estrada.
E choca e vem de mim até ao céu polido
Liso e puro e sempre igual estendido
Sobre mim e a rua desolada,
Uma ilusão que nada tem de alada
E é feita de aço puro e diamantes:
Não querer tornar-me no que era dantes.



segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Tudo em Vão. (Alvina Nunes Tzovenos)

Galopei pelos sonhos da noite e lá
enchi de ilusões trigais
todas as minhas taças
de compreensão, doação
mas depois
esfacelando-me como cristais
viu seu pó dissolver-se ao vento
sem indagações nem respostas.
Voltei só
com o peito apertado
como se volta de uma guerra
sem vitórias, sem medalhas.

Recompus-me só
como ave ferida.
Ergui meus gastos pedestais
sorvi o beijo das auroras claras
e lancei-me aos horizontes verdes
convidativo às caminhadas.

E continuei novamente
a sorrir dentro da noite.


sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Sonhos Entrelaçados. (Fabiem Chazak & Adriana Leal)

Nasci para azul mensurado,
Para lacerar o céu de asas abertas.
Não terei ao solo acorrentado aos meus sonhos
Quero o brilho do sol refletido no seu rosto
Ter seu sorriso mais lindo, 
Seu olhar mais doce
Quero voar num céu limpo.
Quero pousar entre as nuvens,
E saciar os desejos.
Arrepiar a minha pele 
Ao voo de meu corpo,
Entrelaçado ao teu.
Num rodopiar majestoso
Do vento teimoso.
Que me transporta aos sonhos teus.


quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Renascer (José Manuel Brazão)

Nasci
para um caminho.

Cresci
a percorrê-lo
parando
aqui e acolá,
pensando
na linha da vida!

Vivi
entre hesitações,
sensações
e tentações!

Vivo
numa curva do caminho,
procurando meu destino,
sempre
com o olhar
em quem passa,
nos que vou conhecendo:
que me acarinham,
me sorriem
e nos que me amam!

Renascerei
para ser melhor,
do que fui ontem…


sábado, 1 de janeiro de 2011

Te Guardo. (Deise de Macedo)

Te guardo no cantinho secreto do meu ser,
e caminhando pelas veredas te trago
ao meu encontro.
Lado a lado neste infinito jardim
que traz paz e tranqüiliza meu coração,
Na delicadeza da sua presença na 
segurança das suas mãos.




Estou aqui mas eu fujo ao seu encontro,
bem longe, no passado das alegrias
acompanhadas de sorrisos.
Vivo aqui mas eu fujo ao seu encontro,
bem perto de você o meu amor
que está sempre em mim.




Pegue minhas mãos querido,
acalente meu coração com
sua presença em meu viver
Mas não vá se embora novamente
pois poderei perder os sonhos.