quinta-feira, 28 de junho de 2012

Olhos da Alma (Patty Vicensotti)

Pequenas coisas.
Detalhes mínimos.
Gestos inquietos que fazem a diferença.
Nos perdemos nos grandes fatos,
E pouco encontramos naquilo que não percebemos:
No pouco visto, no pouco ouvido, no pouco sentido.
Cada passo dado é um rastro que de nós fica.
E cada rastro que deixamos,
É um mundo nosso que construímos.
Somos um "mapa":
E só quem tem os olhos da alma,
Consegue desvendá-lo.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Retirado do livro "Aprendendo a lidar com as crises" – Wanderley Pereira.

O que é Ser Espírita?

Ser espírita não é ser nenhum religioso; é ser cristão.

Não é ostentar uma crença; é vivenciar a fé sincera.

Não é ter uma religião especial; é deter uma grave responsabilidade.

Não é superar o próximo; é superar a si mesmo.

Não é construir templos de pedra; é transformar o coração em templo eterno.
Ser espírita não é apenas aceitar a reencarnação;
é compreendê-la como manifestação da Justiça Divina e caminho natural para a perfeição.

Não é só comunicar-se com os Espíritos, porque todos indistintamente se comunicam, mesmo sem o saber; é comunicar-se com os bons Espíritos para se melhorar e ajudar os outros a se melhorarem também.

Ser espírita não é apenas consumir as obras espíritas para obter conhecimento e cultura; é transformar os livros, suas mensagens, em lições vivas para a própria mudança.

Ser sem vivenciar é o mesmo que dizer sem fazer.

Ser espírita não é internar-se no Centro Espírita, fugindo do mundo para não ser tentado; é conviver com todas as situações lá fora, sem alterar-se como espírita, como cristão.

O espírita consciente é espírita no templo, em casa, na rua, no trânsito, na fila, ao telefone, sozinho ou no meio da multidão, na alegria e na dor, na saúde e na doença.

Ser espírita não é ser diferente; é ser exatamente igual a todos, porque todos são iguais perante Deus.

Não é mostrar-se que é bom; é provar a si próprio que se esforça para ser bom, porque ser bom deve ser um estado normal do homem consciente.

Anormal é não ser bom.

Ser espírita não é curar ninguém; é contribuir para que alguém trabalhe a sua própria cura.


Não é tornar o doente um dependente dos supostos poderes dos outros; é ensinar-lhe a confiar nos poderes de Deus e nos seus próprios poderes que estão na sua vontade sincera e perseverante.

Ser espírita não é consolar-se em receber; é confortar-se em dar, porque pelas leis naturais da vida, "é mais bem aventurado dar do que receber".

Não é esperar que Deus desça até onde nós estamos; é subir ao encontro de Deus, elevando-se moralmente e esforçando-se para melhorar sempre.

Isto é ser espírita.

Com as bênçãos de Jesus, nosso Mestre.

Retirado do livro "Aprendendo a lidar com as crises" – Wanderley Pereira.

domingo, 24 de junho de 2012

Paulo Coelho




É preciso correr riscos, seguir certos caminhos e abandonar
outros. Nenhuma pessoa é capaz de escolher sem medo.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Yohana Sanfer

"Pros nãos, escadas.
Pra sujeira, o colorido.
Pro peso, a nuvem clara.
Pra mesmice, o ombro amigo.
Pra inconstância, o pouso certo.
... Pra maldade, platéia vazia.
Pra tudo que prende, acorrenta e amarra, a tua garra.
Pra todo resto, a poesia."



terça-feira, 19 de junho de 2012

Mia Couto

Não aprendi a colher a flor
sem esfacelar as pétalas.
Falta-me o dedo menino
de quem costura desfiladeiros.

Criança, eu sabia
suspender o tempo,
soterrar abismos
e nomear as estrelas.
Cresci,
perdi pontes,
esqueci sortilégios.

Careço da habilidade da onda,
hei-de aprender a carícia da brisa.

Trémula, a haste
me pede
o adiar da noite.

Em véspera da dádiva,
a faca me recorda, no gume do beijo,
a aresta do adeus.

Não, não aprenderei
nunca a decepar flores.

Quem sabe, um dia,
eu, em mim, colha um jardim?

sábado, 16 de junho de 2012

Noeli Callai Branco

SOU FADA,
DOCE MEL SABOREADO
DA FLOR PERFUMADA,
ONDE FAÇO MORADA.
SOU MAGIA...
SE FITAR OS MEUS OLHOS,
VERÁS MINHA ALMA,
DE MULHER DESEJADA,
DA MENINA ALADA.
SOU AVE QUE CANTA,
E FAZ SUA DANÇA,
QUANDO FINDA O DIA.
TENHO ASAS QUE BRILHAM,
COMO O OURO DO SOL,
E A PRATA DA LUA.
SOU A CHUVA QUE CAI,
COM A BENÇÃO DA TERRA,
E ROLA NA SERRA,
FORMANDO O RIO.
SOU O AR FRIO DAS MONTANHAS,
E O FOGO QUE QUEIMA,
OS PEDAÇOS DA LENHA.
QUE DEIXASTE NO CHÃO.
SOU MAGIA
QUE DÁ LUZ AO DIA,
E TE GUIA NA ESCURIDÃO.
SOU O VERSO, E O REVERSO,
SOU FILHA DO UNIVERSO.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Adriano Húngaro

Não imagine o amanhã como um porto seguro
Não deixe que o ontem se apodere dos teus sonhos
A tua caminhada é um desafio...
Vai em frente, segue o teu entusiasmo
Não siga o horizonte olhando para trás
E não se torne inerte por medo do caminho
O destino é sempre você que desenha
As cores da tua vida é você quem faz
Só consegue contar estrelas
Quem olha para o céu!

terça-feira, 12 de junho de 2012

Eu sei que vou te amar. (Tom Jobim)


Eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida eu vou te amar
Em cada despedida eu vou te amar
Desesperadamente, eu sei que vou te amar
E cada verso meu será
Prá te dizer que eu sei que vou te amar
Por toda minha vida
Eu sei que vou chorar
A cada ausência tua eu vou chorar
Mas cada volta tua há de apagar
O que esta ausência tua me causou
Eu sei que vou sofrer a eterna desventura de viver
A espera de viver ao lado teu
Por toda a minha vida

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Meu porto solidão. (Deise de Macedo)


Existe um porto solidão onde a noite é imensamente longa e sufocante, e no céu  estrelas cadentes riscam o espaço.
É como um mar com ondas curtas num chamado frio para o nada,
ou uma estrada de chão sem fim  e apenas se ouve o vento assobiar entre as arvores.
O porto solidão é um coração vazio onde as batidas divagam entre um soluço e outro, sem detalhes de aconchegos aquecidos.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Talvez... (Antonio J. Santos)

Talvez...
Talvez não seja o que sonhas,
Ou a luz que ilumina os teus caminhos!
Talvez não seja a flor que encanta os teus olhos
E perfuma-te quando desta te aproximas!
Talvez possa ser algo pra ti,
Algo a mostrar-te o melhor caminho...
Talvez tudo que faço, é fazer-te sonhar,
Sonhar com um paraíso de venturas.
Talvez possa até doar parte de mim,
E, mesmo assim, não acredites quem seja eu.
Talvez, mesmo inato de sentimento,
Mas íntegro em todo meu viver,
Não seja o que sonhas. Talvez...

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Partida e Chegada (Vitor Hugo)

Quando observamos, da praia, um veleiro a afastar-se da costa,
navegando mar adentro, impelido pela brisa matinal,
estamos diante de um espetáculo de beleza rara.
O barco, impulsionado pela força dos ventos, vai ganhando o mar azul e nos parece cada vez menor.
Não demora muito e só podemos contemplar um pequeno ponto branco na linha remota e indecisa, onde o mar e o céu se encontram.
Quem observa o veleiro sumir na linha do horizonte,
certamente exclamará: "já se foi".
Terá sumido? Evaporado?
Não, certamente. Apenas o perdemos de vista.
O barco continua do mesmo tamanho e com a mesma capacidade que tinha quando estava próximo de nós.
Continua tão capaz quanto antes
de levar ao porto de destino as cargas recebidas.
O veleiro não evaporou, apenas não o podemos mais ver.
Mas ele continua o mesmo.
E talvez, no exato instante em que alguém diz: já se foi", haverá outras vozes, mais além, a afirmar: "lá vem o veleiro".
Assim é a morte.
Quando o veleiro parte, levando a preciosa carga de um amor que nos foi caro, e o vemos sumir na linha que separa o visível do invisível dizemos: "já se foi".
Terá sumido? Evaporado?
Não, certamente. Apenas o perdemos de vista.
O ser que amamos continua o mesmo.
Sua capacidade mental não se perdeu.
Suas conquistas seguem intactas,
da mesma forma que quando estava ao nosso lado.
Conserva o mesmo afeto que nutria por nós.
Nada se perde, a não ser o corpo físico de que não mais necessita no outro lado.
E é assim que, no mesmo instante em que dizemos: já se foi", no mais além, outro alguém dirá feliz: "já está chegando".
Chegou ao destino levando consigo as aquisições feitas durante a viagem terrena.
A vida jamais se interrompe nem oferece mudanças espetaculares,
pois a natureza não dá saltos.
Cada um leva sua carga de vícios e virtudes, de afetos e desafetos, até que se resolva por desfazer-se do que julgar desnecessário.
A vida é feita de partidas e chegadas. De idas e vindas.
Assim, o que para uns parece ser a partida, para outros é a chegada.
Um dia partimos do mundo espiritual na direção do mundo físico; noutro partimos daqui para o espiritual, num constante ir e vir, como viajores da imortalidade que somos todos nós.

sábado, 2 de junho de 2012

Hermann Hesse

Às vezes, quando um pássaro chama
ou entre os ramos algum vento sopra
ou nalgum pátio longe ladra um cão,
por longo tempo eu escuto e me calo.

Minha alma voa para o passado,
para onde, há mil esquecidos anos,
o pássaro e o vento que soprava
mais pareciam meus irmãos e eu.

Minha alma faz-se uma árvore,
um animal, um tecido de nuvens...
Transfigurada e estranha, volta a mim
e me interroga. Que resposta lhe darei?