terça-feira, 8 de junho de 2010

Talvez (Pablo Neruda)

Talvez não ser, é ser sem que tu sejas, sem que vás cortando o meio dia com uma flor azul,
sem que caminhes mais tarde pela névoa e pelos tijolos, sem essa luz que levas na mão que, talvez, outros não verão dourada, que talvez ninguém soube que crescia como a origem vermelha da rosa, sem que sejas, enfim, sem que viesses brusca, incitante conhecer a minha vida, rajada de roseira, trigo do vento,
E desde então, sou porque tu és E desde então és sou e somos... E por amor Serei... Serás...Seremos...

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