quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Quantas Vezes... (Casimiro de Brito)

Quantas vezes caminhei pela praia
à espera que viesses. 

Luas inteiras, praias de cinza invadidas
pelo vento.

Quantas estações quantas noites
indormidas e
mbranqueceram-me os cabelos. 

E só hoje quando exausto me deitei
em mim reparei que sempre estiveste a meu lado. 
Na cal frágil dos meus ossos, nas hastes 
do mar infiltradas no sangue.
Na película dos meus olhos quase cegos.

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