sexta-feira, 6 de abril de 2012

Porto Solidão. (Darcy Bilherbeck)

Desapeguei-me das noites sombrias
onde dormia apenas meu corpo inerte,
exaurido de tantas buscas naufragadas.
Abri mão do coração aflito e o deixei partir
pois que, já descontente, se exauria em areias movediças.
Sem ter mais razão para ficar, Partiu!... Assim! Apenas.
Não justifico seus atos aceito apenas.
Calei a dor da separação, sepultei as perdas ao longo dos dias
recolhi pedaços por onde andei, desorientada, perdida, divaguei meu pranto
incontido, pungente.
Tempo!...Quanto! não sei.


O vento frio acalma a dor, o vazio espalha os pensamentos sombrios.
Hoje apenas espero...
Esperar a regeneração dos sentidos.
É preciso cicratizar as feridas.
Esperar! ah!   Esta espera que se alonga em mim.
Talvez ... Quem sabe, um dia eu consiga voltar a usar as palavras
e dizer quem sou hoje...



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