sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Maria Teresa Horta

Como é possível perder-te 
sem nunca te ter achado 
nem na polpa dos meus dedos 
se ter formado o afago 
sem termos sido a cidade 
nem termos rasgado pedras 
sem descobrirmos a cor 
nem o interior da erva. 
Como é possível perder-te 
sem nunca te ter achado 
minha raiva de ternura
meu ódio de conhecer-te
minha alegria profunda. 





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