quinta-feira, 13 de maio de 2010

Salve a Libertação (Deise de Macedo)





No movimento pesado de minhas saias bordadas a mão, meus cabelos negros e cacheados, minha pele alva tão branca como algodão.

Quem sou eu neste passado tão distante na minha mente tão presente ?
Ver a casa grande de janelas e portas de madeira bruta e da varanda, a vegetação e a estrada de barro vermelho a subir a poira ao sol escaldante.
Os negros estão na lida da lavoura, o sofrimento da escravidão está cravado na alma e cada um deles, o sangue e suor se misturam pelo corpo calejado de tanto trabalho.

Este tempo é lembrado mas já passado, esta estupidez dos que se diziam brancos, senhores de escravos. Não importa se somos azuis, amarelos, roxos ou de qualquer outra cor, somos irmãos de alma por que somos criaturas de Deus, procure no alto de sua cabeça e encontrará um fio de cabelo encaracolado, sinal que temos sangue misturado na veia, sangue de um negro que sofreu nesta terra chamada Brasil.

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