Em meu corpo eu percebo
tatuagens, camuflagens,
vestígios dos seus passos,
madrugadas, desencantos,
cicatrizes que latejam
toda a vez que a saudade
desentranha algum poema
e faz lembrar que a distância
deixou marcas, deixou pranto,
coisa ardida em meu peito.
Ainda sinto o seu cheiro,
ainda lembro dos seus olhos
e o calor dos seus abraços,
não consigo compreender.
E os meus olhos denunciam
tantas coisas, meus segredos,
vestígios dos meus sonhos,
ainda bem que as pessoas
apressados quando passam
não enxergam, não escutam,
e quando lêem meus poemas
não conseguem entender.
E em meu rosto um sorriso,
um bom disfarce é preciso.
Se o coração bate depressa
e a lágrima se revela,
foi só um cisco, não se assustem!
Vida que segue sem você...
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