Horizonte da Infância (Afonso Estebanez)
Construo um navio com nuvens da infância
e meu sonho navega num céu de saudade.
O sol colhendo amoras no sítio da alvorada
um velho engenho recendente da garapa
jorrando da moenda de aroeira adocicada.
As batidas inocentes pelos clarões do céu
e as colinas de assa-peixes floreando paz.
As quaresmeiras roxas, os ipês frondosos
a sombria constância das estradas baldias
os capoeirões dos carrancudos cambarás.
O canto triste dos carros-de-boi cá dentro
do meu peito onde escuto bater a solidão
das porteiras dos apriscos de minha alma
de plantão no abismo da doce melancolia
que assiste o fazendeiro do meu coração.
Construo um navio com nuvens da infância
e meu sonho navega num céu de saudade.
Do murmúrio infantil das águas cristalinas
do crepúsculo nas calmarias do horizonte
por onde fluem os ribeirões da liberdade.
Gratíssimo, Margô!... pela criação deste belíssimo blog de sonhos que se transformam em realidade... se sentimos ternura em cada momento em que o conectamos, é por causa da sua energia que se materializa em nossos sentidos despertados pela sensibilidade de sua magia, palpável como num toque de amor. Ou é a minha gratidão que aflora em forma de matéria depurada até o seu grau de etérea quintessência... como são os poemas de teus anjos invisíveis... Anjos que te embalam nos sonhos como na vida! Afonso Estebanez.
ResponderExcluirÉ muito bom ler o que escrevestes... Lindo demais.
ExcluirQue Deus ilumine sempre seus caminhos e suas belas palavras.
Beijos na alma.
Deise de Macedo.